Fatores Preditivos de Retorno Hospitalar Inesperado Após Ressecção Transuretral de Tumor Vesical

Autores

  • Vera Marques Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Miguel Eliseu Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Edgar Tavares-da-Silva Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Francisco Rolo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Arnaldo Figueiredo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24915/aup.35.3-4.89

Palavras-chave:

Citoscopia, Complicações Pós-Operatórias, Factores de Risco, Neoplasias da Bexiga Urinária/cirurgia, Readmissão do Doente

Resumo

Introdução: Pretende-se avaliar que fatores estão associados a um retorno hospitalar inesperado (RHI) após a realização de ressecção transuretral de tumor vesical (RTU-TV).

Material e Métodos: Realizado estudo exploratório transversal de todas as RTU-TV realizadas entre 2015-2016.

Resultados: Realizaram-se 499 RTU-TV em 389 doentes. Nos primeiros 30 dias após a cirurgia, ocorreu RHI em 16,8% dos casos, com necessidade de reinternamento em 4,2%. A principal causa de RHI foi infeção do trato urinário (ITU) (38,1%). Verificou-se um RHI significativamente superior nos casos de tumor primário, de dimensões tumorais superiores, de RTU-TV incompleta, de necessidade de realização de procedimentos endoscópicos adicionais, de maior duração da cirurgia e da cateterização uretral (CU) e de valores pré-operatórios mais altos de proteína C reativa (PCR) e mais baixos de hemoglobina. Na análise multivariada, verificou-se uma associação forte e independente entre a ocorrência de RHI e duração da cirurgia (OR = 1,016), duração da CU (OR = 1,059), e valores médios de PCR pré-operatória (OR = 1,131).

Conclusão: Um RHI precoce após RTU-TV ocorreu em quase 17% dos casos, sobretudo devido a ITU. Por cada minuto de cirurgia adicional, por cada dia adicional de CU e por cada unidade adicional de PCR pré-operatória, existe um aumento do risco de RHI de 1,6%, 5,9% e 13,1%, respetivamente. Sendo a PCR uma variável não modificável, cabe ao cirurgião otimizar o tempo operatório e, sobretudo, a duração da CU de modo a reduzir a probabilidade de RHI.

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Publicado

2019-01-19