Dilatação Endoscópica de Balão para Tratamento de Megaureter Obstrutivo Primário: Experiência de um Centro

Autores

  • Sofia Morão Pediatric Urology Unit, Department of Pediatric Surgery, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisbon, Portugal
  • Vanda Pratas Vital Pediatric Urology Unit, Department of Pediatric Surgery, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisbon, Portugal
  • Dinorah Cardoso Pediatric Urology Unit, Department of Pediatric Surgery, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisbon, Portugal
  • Fátima Alves Pediatric Urology Unit, Department of Pediatric Surgery, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisbon, Portugal
  • Filipe Catela Mota Pediatric Urology Unit, Department of Pediatric Surgery, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisbon, Portugal
  • João Pascoal Pediatric Urology Unit, Department of Pediatric Surgery, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisbon, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24915/aup.34.1-2.41

Palavras-chave:

Criança, Constrição Patológica, Dilatação, Endoscopia, Hidronefrose, Obstrução Ureteral, Ureter/anomalias congénitas

Resumo

Introdução: O megauretero obstrutivo congénito pode ser tratado por dilatação endoscópica com balão, especialmente nas crianças com menos de um ano de idade. Este trabalho revela a nossa experiência num período de seis anos.

Doentes e métodos: Todos os doentes com o diagnóstico de megauretero obstrutivo congénito submetidos a dilatação endoscópica com balão foram incluídos, no período de tempo compreendido entre 2009 e 2014 (seis anos). O diagnóstico baseou-se na identificação de dilatação do uretero distal superior a 7 mm, padrão obstrutivo no renograma MAG3 e ausência de refluxo vesico-ureteral. Após o diagnóstico, adoptou-se uma atitude conservadora com início de profilaxia antibiótica e vigilância ecográfica em todos os doentes. A indicação cirúrgica resultou de um conjunto de achados clínicos, ecográficos e renográficos. Sob anestesia geral, e após pielografia retrógrada, foi realizada dilatação endoscópica da junção uretero-vesical sob visão directa e controlo fluoroscópico até ao desaparecimento do anel estenótico, colocando-se no final um stent duplo J. O seguimento foi feito com controlo ecográfico e renograma. O sucesso da intervenção cirúrgica foi definido como uma melhoria no grau de hidroureteronefrose (pelo menos 2 graus).

Resultados: No total, 9 doentes foram intervencionados num só uretero, duas meninas e sete meninos, com idade média de 7.6 meses (entre 1-14) na data da cirurgia. Cinco foram no lado esquerdo e quatro no lado direito. Todos os doentes tinham diagnóstico pré-natal de hidroureteronefrose. Nenhum doente foi perdido no seguimento (média 46.7 meses). Todos tinham hidroureteronefrose de grau superior ou igual a 3 e padrão obstrutivo no renograma MAG3. A função relativa média do rim homolateral foi 46.2% (entre 40-53%). A principal indicação cirúrgica foi o agravamento da hidroureteronefrose durante a vigilância ecográfica. Não existiram complicações intra-operatórias. A ecografia mostrou melhoria da hidroureteronefrose em 6 doentes (66.7%). Três doentes foram re-implantados (33.3%) A função relativa média após a cirurgia foi 47.4% (entre 41-53%). Na consulta de seguimento mais recente, todos os doentes estavam assintomáticos.

Discussão: A dilatação endoscópica com balão é uma opção na abordagem do megauretero obstrutivo primário com indicação operatória e pode ser considerado como tratamento de primeira linha nas crianças com menos de um ano de idade.

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Publicado

2017-07-20

Edição

Secção

Artigo Original