Exenteração Pélvica Anterior Laparoscópica: Descrição Técnica

Autores

  • Andreia Cardoso Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Catarina Laranjo Tinoco Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Ricardo Matos Rodrigues Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Mariana Dias Capinha Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Luís Pinto Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Ana Sofia Araújo Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Paulo Mota Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal; Escola de Medicina, Universidade do Minho, Braga, Portugal
  • Luís Vale Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • João Pimentel Torres Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal
  • Emanuel Carvalho-Dias Serviço de Urologia, Unidade Local de Saúde de Braga, Braga, Portugal; Escola de Medicina, Universidade do Minho, Braga, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24915/aup.223

Palavras-chave:

Exenteração Pélvica, Laparoscopia, Neoplasias da Bexiga Urinária/cirurgia

Resumo

Introdução: A exenteração pélvica anterior permanece uma terapêutica principal nas neoplasias uro-ginecológicas. Embora classicamente realizada pela mórbida via aberta, técnicas mini- mamente invasivas encontram-se em expansão. Contudo, pela complexidade técnica desta cirurgia com múltiplas etapas, ainda não é largamente quando a assistência robótica está indisponível. Assim, pretendemos descrever a nossa técnica laparoscópica, passo-a-passo, segura e viável, mesmo perante tumores localmente avançados, desde que mantendo a dissecção por planos fasciais, identificação de marcos anatómicos, e a decomposição da cirurgia em etapas simples e sequenciais, cada uma facilitando a seguinte. Métodos: Os nossos passos-chave são: Trendelenburg, disseção ureteral e laqueação com Hem-o-lok® com sutura de referência; secção dos ligamentos ováricos e uterinos; disseção lateral até exposição da fáscia endopélvica e laqueação dos pedículos vesicovaginais; disseção do plano posterior, seguida do anterior, com cuidadosa disseção da uretra; encerramento vaginal; linfadenectomia; tunelização no mesossigmoide e transposição do ureter esquerdo; referenciação do íleo para derivação urinária subsequente. Resultados: A técnica demonstrada foi aplicada numa neoplasia localmente avançada. Conclusão: Salientamos a segurança e eficácia da EPAL mesmo em tumores localmente avançados e agressivos, sendo uma cirurgia alcançável quando realizada mantendo a disseção por planos, seguindo marcos anatómicos, e decomposta em passos simples e sequenciais, cada um auxiliando o sucesso do próximo.

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Publicado

2024-10-09

Edição

Secção

Case Report