Avaliação da Satisfação Sexual a Longo Prazo de Doentes Submetidas a Sacropexia Laparoscópica: Estudo Retrospectivo de um Centro Terciário
DOI:
https://doi.org/10.24915/aup.203Palavras-chave:
Comportamento Sexual, Laparoscopia, Prolapso de Orgão Pélvico/cirurgia, Procedimentos Cirúrgicos Urológicos, Satisfação do DoenteResumo
Introdução: O tratamento tradicional para o prolapso apical e multicompartimental, como a sacrocolpopexia aberta, tem sido associado a preocupações relacionadas à função sexual. Nos últimos anos, a sacrocolpopexia laparoscópica ou assistida por robot tem surgido como uma alternativa com potenciais benefícios, incluindo melhor visualização, alívio de sintomas e resultados anatómicos comparáveis. No entanto, o impacto da sacrocolpopexia laparoscópica (LSP) na satisfação sexual de longo prazo em mulheres é uma área de investigação importante. Este estudo retrospectivo num centro terciário teve como objetivo avaliar a satisfação sexual a longo prazo de mulheres submetidas a LSP para o tratamento do POP. O objetivo foi avaliar a satisfação sexual pós-operatória em doentes com vida sexual ativa antes da cirurgia.Métodos: Foram incluídas na análise 30 pacientes submetidas a sacrocolpopexia laparoscópica entre agosto de 2014 e dezembro de 2016. A satisfação sexual das pacientes foi avaliada através do questionário The New Sexual Satisfaction Scale, um questionário validado em língua portuguesa, com uma média de follow-up de 7 anos. Características demográficas, resultados cirúrgicos e funcionais foram avaliados.
Resultados: Entre as participantes, 70% permaneceram sexualmente ativas após a cirurgia. A pontuação média em The New Sexual Satisfaction Scale foi de 75,1, indicando um nível moderado a muito satisfeito de satisfação sexual. Entre as pacientes que relataram uma mudança na sua satisfação sexual após a cirurgia, 69,2% ainda recomendariam o procedimento a outras pessoas. A taxa média de satisfação global com a cirurgia foi de 6,97 em 10, e 83,3% das pacientes recomendaram a cirurgia a outras pessoas.
Conclusão: O estudo oferece insights valiosos sobre o impacto da sacrocolpopexia laparoscópica no bem-estar sexual em mulheres com POP. Apesar das possíveis mudanças na função sexual, a maioria das pacientes permaneceu sexualmente ativa e reconheceu o procedimento como benéfico, expressando satisfação geral e recomendando-o a outras pessoas. Os resultados destacam a importância de considerar a função sexual no tratamento do POP e sugerem que a LSP pode ser uma opção de tratamento eficaz que preserva a atividade sexual. No entanto, estudos adicionais com tamanhos de amostra maiores e avaliações abrangentes são necessários para compreender melhor a relação complexa entre a cirurgia de prolapso de órgãos pélvicos, função sexual e resultados do paciente.
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