Cistolitotomia Percutânea ou Transuretral: Qual é Mais Segura?
DOI:
https://doi.org/10.24915/aup.36.1-2.115Palavras-chave:
Cálculos da Bexiga Urinária/cirurgia, Cálculos da Bexiga Urinária/tratamento, Litotrícia/métodos, Resultado do TratamentoResumo
Introdução: Apesar do risco de trauma uretral durante o tratamento de litíase vesical ser preocupante, há pouca evidência acerca do melhor método endourológico a usar. O objectivo deste estudo é comparar a segurança e eficácia da cistolitotomia transuretral e da cistolitotomia percutânea suprapúbica no tratamento de litíase vesical de adultos.
Métodos: Cento e vinte doentes submetidos a tratamento de litíase vesical entre Janeiro de 2012 e Dezembro de 2017 foram retrospectivamente avaliados. Destes, 20 foram submetidos a cistolitotomia percutânea suprapúbica e 100 a cistolitotomia transuretral. Sexo, idade, volume litiásico, duração da cirurgia, duração da estadia hospitalar e complicações (infecção, hematúria, dor e estenose da uretra) foram avaliados, assim como diagnósticos prévios de hiperplasia benigna da próstata e estenoses uretrais.
Resultados: Os grupos analisados não apresentavam diferenças significativas relativamente às variáveis pré-operatórias analisadas, incluindo volume litiásico e diagnósticos prévios. O tempo mediano de cirurgia na cistolitotomia percutânea suprapúbica e cistolitotomia transuretral foi de 68 e 58 minutos, respectivamente (p= 0,043) e o tempo médio de internamento foi de 2 dias em ambos os grupos. O tempo médio de seguimento foi de 13 meses. No grupo cistolitotomia transuretral, três doentes (3%) desenvolveram estenose da uretra pós operatória enquanto nenhum dos doentes no grupo cistolitotomia percutânea suprapúbica teve esta complicação (p= 0,435). A dor e hematúria foram semelhantes em ambos os grupos.
Discussão: A cistolitotomia percutânea suprapúbica oferece em teoria uma vantagem sobre a cistolitotomia transuretral em termos de risco de trauma uretral, embora neste estudo não tenha sido confirmada esta vantagem. De qualquer forma, merece ser considerada, principalmente em doentes com história de estenose da uretra que possa dificultar o procedimento transuretral. Estudos futuros prospectivos e com mais doentes são necessários para confirmar esta vantagem.
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